ABRAÇO LOUCO! (SENSAÇÕES VISCERAIS).

Acho que estou obsessiva. Não é possível. De novo não! Essa saudade doentia está me deixando insana. Preciso me tratar! Tomar remédios. Sei lá! Estou doente. Não consigo parar de pensar naquele olhar brilhante. Sorriso transparente. Calças jeans azul claro e camiseta branca. Aquela estampa tão forte. Tão sexy! Corte de cabelo “grego”, único nele. Nossa! Ímpetos de  agarrar aquele homem! Quase incontroláveis! Tento desviar os pensamentos, mas, volto a pensar nele. Penso na nossa cafeteria! Ele, com o seu usual café bem curto. Eu, no meu velho estilo “americano”, bem fraco! Sempre acompanhados por docinhos crocantes. Aquela rotina semanal, deliciosa. Todas as tardes de sextas feiras. Exatamente às dezessete horas. Fixo! Até meio neurótico. Nunca houve atrasos. O dono da cafeteria já sabia. Sempre havia um lugar especial reservado. Lotava demais. A moçada fazia ponto de encontro. Isso martela na minha cabeça direto! Foi lá que conheci Artur. Psicólogo, despojado e extrovertido que atiçou os meus sentidos! Tinha clínica bem perto dali. Dois quarteirões. Aproveitava os intervalos entre uma sessão e outra pra ir tomar o famoso café da casa. Normalmente estava sozinho, lendo algum livro ou texto. Na primeira vez em que o vi não sabia nada dele ainda. A sua figura me fascinou. Durante algumas semanas fiquei indo na cafeteria, até criar coragem de me aproximar. Numa dessas tardes, atrevida e curiosa, armei uma cena de improviso. Passando pela sua mesa, fiz que tropecei. Deixei cair quase que em cima dele a carteira que segurava. Ele, meio assustado com o imprevisto, abaixou-se e me entregou a carteira. Foi a primeira vez que me olhou! Pedi mil desculpas. “Sua expressão me intrigava e excitava”. Parecia um homem misterioso e cheio de sabedoria. No tropeção simulado, por azar ou não, machuquei o dedinho do pé direito. Artur convidou-me a sentar em sua mesa até melhorar a dor que a  torção causou. Doía mesmo! Sem graça pelo constrangimento inesperado, novamente me desculpei. Desta vez, de verdade!  Muito gentil, comentou que aquelas mesas eram muito próximas umas das outras, mesmo. Difícil não tropeçar.  “Que voz , meu Deus!” Começou um papo bem legal e informal. Meio brincando estendeu a mão “Artur a seu dispor”. Retribuindo o sorriso: “Milena, a desastrada!”. Caímos na risada. Nesse momento Artur me ofereceu um café. Ficamos uns trinta minutos sentados naquele cantinho conversando sobre a força do inconsciente. Tema do livro que ele estava lendo.”Os melhores trinta minutos de minha vida”! Fiquei ouvindo-o como se ele fosse um Deus. Falou que era psicoterapeuta. Que trabalhava na área clínica. “Evitava falar muito de sua profissão”. Discreto e sutil. Fiquei ainda mais atraída por aquele homem. Percebi em nossa conversa como a mente humana o intrigava. De repente, Artur olhou no relógio e disse estar em sua hora. Tinha que trabalhar! Devo ter expressado frustração. Ele se levantou e entregou seu telefone, caso precisasse. Deu-me um sorriso e um beijinho na face. Saiu rapidamente. Fiquei tão feliz. Eu estava carente demais! Pouco depois voltei pra casa. Não dormi naquela noite. Artur me enfeitiçou. Não me lembro ter vivido isso antes. Nem via a hora de amanhecer para ver se aquela excitação melhorava. Só pensava que precisava rever aquele homem. Nunca em meus trinta e oito anos de idade tinha tido sensação semelhante. Deliciosamente adolescente! Ter conversado com ele tinha significado muito pra mim. “Ampliou minha consciência e olhar para o mundo”. Pulei da cama bem cedo e fui direto tomar uma ducha quentinha. Espiei pela janela e vislumbrei um lindo nascer de sol que me estimulou a idealizar um sonho maluco.  “Queria aquele homem!”Nem me perguntei se ele teria sentido o mesmo. Estava numa situação emocional muito egocêntrica. Só queria saber de mim. Pensei muito. Resolvi segurar a ansiedade e dar uma de difícil. “Sei que os homens preferem mulheres difíceis”! Decidi esperar até a próxima sexta, naquele mesmo café. Desta vez já poderia conversar direto com ele! Sem nenhum truque. A semana passou tão lentamente que quase enfartei. Na sexta feira, aproveitando a tarde amena, coloquei o meu vestido amarelo florido. Sexy! Chamava a atenção dos olhares masculinos. Cheguei no horário de sempre. Perscrutei o ambiente. Lá estava o meu rei, na mesinha especial de sempre. Fui direto à sua mesa. Como se já tivesse direitos adquiridos sobre ele. “Assim me perdi em Artur”! Fui me apaixonando e fantasiando o mundo. Ele falava de coisas e ideias que me extasiavam. Além da química, desenvolvi uma profunda admiração por ele. Era o homem maduro dos meus sonhos! Nunca falou de sentimentos. Não gostava de falar de sua vida particular. Eu não me importava com isso. Te-lo próximo já me fazia sentir realizada. Suas conversas eram intrigantes. Os meus pensamentos pecaminosos! Esta mistura de sensações foram alimentadas por mim o tempo todo. O motivo principal de eu me interessar pelo psiquismo e as atitudes humanas. Nossos encontros duraram maravilhosos cinco meses. Eu não aguentava maios disfarçar enormes sentimentos que Artur despertava em mim. Estava doida de paixão. Resolvi arriscar tudo. Era uma sexta feira cinza. Coração pulando no peito. Desenfreado. Mãos geladas. Olho no olho! Sabotei o medo de rejeição. Falei dos meu desejos. Da atração intensa que sentia por ele. Das fantasias e sonhos. “Parecia uma sessão de terapia”! Eu falava. Ele ouvia. Silenciosamente. Sem julgar. Acolhedor! Chorei. Chorei muito. Num repente ele levantou-se, pegou minha mão, delicadamente, e fomos caminhar na orla da praia, pertinho dali. O vento estava prometendo chuva próxima. Faíscas no céu. O mar com ondas violentas. Intensas! Paramos por um momento. Artur me abraçou. Abraçou tão forte que até prendeu a minha respiração. Sensação ambivalente. Morte e vida! Águas perigosas começaram a cair do céu. Gelada! “Naquele dia, estranhamente ele estava vestido com a mesma roupa de quando o conheci”. O seu jeans azul foi ficando grudado em meu vestido amarelo. Era tanta água! Encharcados. Mal podíamos caminhar. A tempestade pegou a gente em cheio. Não sobrou nada. ACABAMOS ALI!

12 comentários em “ABRAÇO LOUCO! (SENSAÇÕES VISCERAIS).”

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