QUEM DIRIA? (CONTROLE MENTAL).

Tarde morna. Verão dando sinais de partida. Natureza abrindo as portas para o outono. Sentada na rede em frente ao mar, sentia o cheiro forte da maresia. As águas do mar se revelavam em variados tons de azuis. Ondas incríveis se formavam. Quase dois metros. Convite aos surfistas. Inspirei fundo. Queria sentir a intensidade daquele aroma. “O mar me traz vida”! Fechei os olhos pesados de sono pela noite mal dormida. Doloridos de tanto chorar. Tentei focar os sentidos no aroma do  mar. Não queria pensar no pesadelo horrível que tinha tido. Não queria mesmo! “Viver duas vezes a mesma coisa ruim é burrice. Insano! “Aprendi que estou na vida onde minha cabeça me coloca”. Balancei um pouco mais forte a rede. Queria desviar os pensamentos. As cenas do pesadelo insistiam. Eu tentando sair delas. Não queria continuar naquela angústia absurda. O pesadelo foi tão claro! Impulsionei a rede um pouquinho mais! O vai e vem. O cheiro do mar. Sensações foram mudando dentro de mim. Envolvendo mais e mais os meus sentidos. Enquanto isso, brigava comigo mesma. “Precisava aprender a não me ancorar mentalmente naquilo que faz mal”. Queria muito conseguir mudar rumos mentais. Eram tantos os pensamentos ruins ultimamente! Resolvi tentar. Iniciei um exercício que aprendi na meditação. “Contar até dez. Nenhum pensamento deveria atravessar a mente”. Se isso acontecesse, reiniciar a contagem. (Esse exercício trabalha a paciência, limpeza e controle mental). Nem sei quantas vezes retomei a contagem naquele dia. Até que adormeci. Acordei duas horas mais tarde sendo beijada freneticamente pelos meus amores peludos. (Tinham ido caminhar na praia com o cuidador deles). Eles detestam me ver dormindo. Sempre que podiam me acordavam. Despertei com bom humor. Nem me reconheci! Sensação de vida. Sentia-me incrivelmente bem. Nessa bagunça de afagos e sons de carinhos,  sai da rede. Peguei  meu violão. Dedilhei uma canção. “COMEÇAR DE NOVO”!

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