QUAL É A SUA, CARA? (CÉREBRO).

Nunca mais vou deixar de consultar o “grande comandante”. Ele sabe das coisas. Todas as vezes que o ignorei foi um desastre. Não foi culpa minha! Não tinha ideia de sua força. Sempre fui desequilibrada mesmo! Parecia um animal, agia só através dos instintos. Simplesmente não conseguia reconhecer sequelas desastrosas de meus atos. Assim fui caminhando pela vida. Inconscientemente. Errei muito! Confusão emocional é o que mais me acometia. (Raiva mesclada com impotência). Sentia-me como numa gangorra subindo e descendo. Dois lados opostos: Potência e Impotência! Na impotência, a sensação era como se eu fosse uma sombra de mim mesma. Um fantoche! Sem forças pra tomar um simples banho ou alguma atitude saudável. Era como se eu estivesse morrendo. A vida não fazia sentido. Remédios psiquiátricos? Até tentei! Depois de algum tempo faziam lá seus efeitos, limitados. A longo prazo sabia que sequelas inevitáveis chegariam. (Falta de libido. Apatia. Dores musculares). Tinha muito medo de prejudicar ainda mais minha saúde tomando esse tipo de medicamento. (Escolhi interromper esse tratamento em pouco tempo). Já, na potência, o sentimento preponderante era a raiva. Invadia os meus sentidos, desnorteando ou bloqueando a sensatez. Horrível sensação! Não tinha lucidez psíquica pra identificar esse sentimento em mim. Sabia que algo estava errado, porém não reconhecia a base emocional que me impelia a uma agressividade desmedida. Nenhum auto controle sobre a situação. Minha saúde física gritava por socorro. Vários sintomas orgânicos foram emergindo. Fiquei até hipertensa. “Não queria tomar remédios para pressão alta, e, ao mesmo tempo, tinha  medo de enfartar sempre que sentia pressão no peito. A luz vermelha acendeu mais intensamente no último domingo de maio do ano passado. Crise brava me acometeu! Cinco horas da tarde. Motivo banal. A cafeteira quebrou bem quando eu estava meio deprimida e fui fazer um café. Comecei a passar mal. Parecia que ela era culpada em me frustrar. Arrebentei-a contra a parede. Perdi o auto controle! Surgiu uma raiva absurda. Raiva do mundo. Raiva de mim! Vontade de quebrar tudo que estivesse em minha frente. No coração, angústia incrível. Sensações assustadoras invadindo todo o meu ser, num crescer. Não me reconhecia. Poderosa força cegou-me. Explodia ou Implodia! Morreria assim? Conflito. Instintivamente, num gesto de sobrevivência, abri a porta, e fui andar na praia. “Talvez o mar com sua magia me acalmasse”. Assim que peguei ritmo no caminhar, a fumaça que embaçava os meus pensamentos começaram a se desfazer, lentamente. Ideias mais claras se aproximaram. Num repente, sensação de vida! Necessidade intensa de me livrar das energias agressivas que se apoderavam de mim. Entender de onde vinha aquela loucura toda. Porque? Qual seu significado? Mais calma e oxigenada, tentei conversar com meu cérebro. Estava difícil estabelecer esse diálogo, até então. Somente o emocional e o instinto andavam me comandando.. Num “insight “, enquanto acelerava os passos e um vento energético acariciava a minha face, pele, cabelos, foi nascendo uma sensação de leveza que envolveu todo o meu ser. (Naquele instante senti que era possível ser feliz). Voltei para casa. Revigorada e determinada. Foi o momento transformador dessa crise! Procurei uma excelente psicóloga. A terapia está ajudando a colorir a minha vida. Não vivo mais em preto e branco! Sabiamente ela está conduzindo a integração entre o que sinto e o que penso. Além de trabalhar os conteúdos emocionais que desencadeiam as crises insanas. A descoberta de minha força interna e a forma de administrar a impotência estão alterando a minha maneira de enxergar o mundo. Fiquei surpresa com o jeito que aprendi de lidar com a raiva. (Usar a razão antes da explosão). Faz a diferença!  É um exercício difícil, impedir que impulsos me dominem. (Questionar o comandante e respirar)! Já entendi que identificando o sentimento presente e a forma como o expressamos, pode ser o início da melhora. Essa consciência fortalece para o próximo passo que é conseguir diagnosticar o motivo da raiva! Entendi que tentar desviar o pensamento para um outro foco, desenvolve o auto controle. Dar um tempo antes de expressar! (Contar até dez lentamente pode ajudar). Evitar reações abruptas, irracionais. Outra forma é nos afastar do ambiente em que estamos, “dar uma volta”. Ponderar! Com a expansão da consciência a visão clareia. Até conseguimos avaliar a parte positiva do quadro estressante. Toda situação tem o aspecto positivo e o negativo. (Fixar no positivo). Vale super a pena. Aprendo também que a raiva bem dosada pode ser construtiva. É um sentimento legítimo. (Um diálogo com respeito e verbalização transparente, pode ser edificante). Além do mais alivia o peito sem destruir sentimentos e energias. Para se atingir esse equilíbrio é necessário fortalecer a mente e integrá-la aos sentimentos, cada vez mais. Tenho vivido sensações incríveis nessas experiências! Fato interessante:- Noutro dia, sonhei estar muito enraivecida. Meu cérebro brigava com uma raiva incontrolável, A raiva era bem escura, quase preta. Disforme e forte. O cérebro lilás tentava iluminá-la e diminuir sua força. Ela resistia muito. O cérebro não desistia! Essa aproximação forçada foi diminuindo a resistência da raiva. Num ímpeto inesperado, já enfraquecida, com medo de morrer, a raiva perguntou ao cérebro:- QUAL É A SUA , CARA? ACORDEI RINDO!